Réquiem das cinzas

        Escrevi coisas que não consigo mais ler. O retalhador morto paira sobre uma planície devastada, cheia de cadáveres espalhados abaixo de seus pés. Sua lâmina trincada revela o último corte contra a própria têmpora, talvez devesse ter mirado o estômago, assim como os verdadeiros samurais, no ritual final que lhes reserva a última e gloriosa honrra.

         Eu espero que você nunca passe por isso. Que você nunca sinta seu corpo doer por cada centímetro, que essa dor não te puxe pra baixo e nem ofusque seus sonos, que seu sonhos não se tornem pesadelos e que não deseje desesperadamente um momento de alívio. Alívio esse que se camufla e se tinge, mas se revela como aquele velho conhecido, que se não  a morte, não outro mais poderia ser... Que ela não  soe gentil aos seus ouvidos quando vier te tentar a beijar-lá.