Tenho esperado pelo amor que nunca chega, e um abraço sem espinhos. Tenho dormido nos braços do cansaço e descansado no acalento de uma janela coletiva onde o sol oprime os esquisitos, esperando o relento da lua noturna. Tenho aguardado pacientemente pela redenção dos que me rodeiam, tenho recebido um apoio que não mereço. Entre todos os sonhos mal sonhados, ainda tenho ansiando pela volta do herói que me salvou uma vez. Naquela outra vez, entre tantas vezes, anseio para poder ver outra vez sua lâmina cortar os pulsos da maldade. Tenho pensado em voltar a rezar novamente, de uma forma mais sincera como nunca antes, fazendo a paráfrase do poeta que me apresentou qorpo santo, uma reza de ateu, daquelas que só me permito fazer em momentos cruciais, sem demonstrar um rasgo da fraqueza que me destroça. Tenho encontrado pessoas tão boas que nem percebem o quanto são, eles estão muito ocupados recolhendo os fragmentos de bondade perdidas nos destroços da vida. Tenho conhecido e aprendido quase nada. Vivenciado o amor que se vai cada dia pouco a pouco, esperando sua mensagem que nunca chega. Tenho rogado ao coração que não morra, sucumba ante a dor de não vencer novamente, mas resguardando a frieza da derrota como um troféu triunfante abraçado pelas tinieblas. Tenho agradecido aos irmãos e amigos, os segundos iluminam meu dia,os primeiros me vingariam. Tenho acompanhado seu crescimento e não sei como definir ao certo, mas fico feliz em ter tido nessa vida a chance de te ver se desenvolvendo. Tenho agradecido muito pouco, mas pretendo mudar, a mudança para pior não é possibilidade para quem já decidiu o caminho do amor, aquele que nunca chega, vem de ré, ou se perdeu no caminho. Renegando essa mudança pela mudança, talvez isso seja o desespero de não saber ser quem se é, mas não culpo os desesperados, somos equivalentes em desesperança. A distinção está entre os que se dobrarão aos reis e quem será enforcado. Entre idas e vindas de transtornos ancestrais, como um triste cristão que espera a volta do santo homem, espero um resquício de fumaça que indique o fogo do amor que nunca chega.
O Retalhador morto
olhos loucos!
domingo, 21 de setembro de 2025
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
terça-feira, 15 de novembro de 2022
Réquiem das cinzas
quarta-feira, 12 de maio de 2021
Pela minha geração
Eu morri, cai e continuei rastejando por um longo período desregulado.
No ínfimo da auto destruição fulminava meu ódio e desrespeito básico, porém resignado.
Quanto tempo que desejei estar mais morto do que sempre me mantive, tentei até mesmo morrer de forma literal, apagar minha mísera existência e descansar em paz no vazio sem vozes ou auto julgamento para me atormentar. Em vão tentei , pois no fim do abismo não havia apenas meu reflexo oculto pelo inconsciente. O lado escuro do cérebro guardava ainda outras milhões de infinitas acusações e destrutividade sobre as “verdades absolutas” que uma ou duas milhões de ideologias podem ter. Vaguear pelas calçadas, encharcar-me de veneno e confessar que assim como Renan Benini, em tempos árduos eu cogitei desistir, foi ainda assim a melhor parte do amargo. O resto, apenas detalhes sórdidos que não serão mencionados a fim de evitar apelação para uma comoção desnecessária que não me apetece.
Vim pra admitir que ainda estou um passo de me destruir, mas a vontade de me vingar ainda é maior, eu não sei quantas vezes já me ocorreu e nem desde quando passei a gostar de textos narrados em primeira pessoa, mas esse de fato se fez necessário para registrar minha dolorosa digestão dos últimos estragos em minha vida. Sim, eu não pretendia voltar a viver, muito menos tentar realizar meu sonhos ainda, mas quando estava quase conseguindo o que almejava, já sem forças e realmente destruído por dentro e por fora, eu percebi que estava me torturando e desistindo, e me acusando, quando na verdade a maioria dos erros cometidos foram feitos por dores que sentia causadas por frustrações externas de quando algo não saia como planejado, ou como aquela pessoa que poderia de fato mexer com minhas estruturas não me entendia, ou me julgava de forma que eu acreditava não condizer com a realidade que me encarava. Sim, também estava me culpando por não ter sido bom o suficiente para os outros, e de fato me incomodava não ter conseguido chegar onde queria, mas poderia me culpar tanto? Olhando para lá agora, e desde aquele momento, que depois de anos eu reivindiquei minha vida novamente, mesmo sendo mais difícil do que jamais havia sido antes até então, agora posso ver o quanto estava sendo auto mutilado por todas minhas imperfeições, e por não ter podido mostrar ainda algum resultado satisfatório de meus esforços, que para Todo o resto , parecem inexistentes.
Mas eu voltei , voltei a desejar viver e tentar de novo, mesmo que agora parece ainda tudo mais difícil, eu trago comigo desprezo e ódio como nunca, reivindicação infundada e pretensiosa, profana e egoísta, não é sobre se tornar mal, é sobre revidar.
Por todas as injustiças e por todas as vezes que apanhei calado, seria justo então me encolher e concordar que não sirvo, que o mundo não vai se adaptar, que as desgraças sempre virão e que não pode ser feito nada? De fato, as pessoas apanham e quando revidam preferem por algum motivo se tornar como o opressor que enfrentaram. Eu me desfaço de tudo isso. Revidar até morrer, como de costume. Mesmo sendo um cão abatido, mórbidas mandíbulas mastigarão os meus agressores, eu voltei , pela minha geração destrutiva, pelos meus sonhos impossíveis e pelas minhas batalhas perdidas, impossíveis de serem viradas. voltei e vou ser a pedra no seu sapato, você, a quem ensinou a todos que a vida é uma competição desleal e se esconde guardado por muros e soldados fardados disfarçados de heróis, eu vou fazer um rock de péssima qualidade que você não vai poder destruir. Até quando a chama durar eu vou me arriscar.